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Colegas
Para quem não me conhece, meu nome é Marli Lopes de Assunção e sou um pouco menos 'experiente' do que a grande maioria de vocês. Sou uma levyana dos anos 70, estudei entre 1970 e 1976. Ao contrário da grande maioria dos alunos, eu não morava no Planalto Paulista, não morava em Moema, nem no Campo Belo, nem no Aeroporto. Eu morava, e ainda moro, no Jabaquara. Eu era dependente do ônibus Cidade Vargas, o Vargão, para chegar até a escola.
Era complicado, os horários eram apertados, se perdíamos um ônibus, corria-se o risco de chegar atrasado e levar uma advertência da Da. Júlia. Tínhamos que ir até a Galeria Prestes Maia comprar os passes de ônibus, havia os passes da CMTC e das permissionárias, um não servia no ônibus do outro. Se a gente comprasse passe errado, precisava ir para o 'mercado negro', trocar com algum colega, com o Seu Moraes, o pipoqueiro...
Os colegas falavam em Largo de Moema, igreja N.Sra. Aparecida, ruas da região, Igreja N.Sra. de Lourdes, bailinhos no Círculo Militar, tudo isso era estranho para mim. Nada disso fazia parte do meu mundo. Os passes eram contados, tinham que durar o mês inteiro. Para uma família sem carro, com o pai que trabalhava de segunda a domingo, com o dinheiro contado, o máximo que se permitia, além dos passes normais, era ir até uma reunião de equipe, um ou outro evento da escola. Não havia verba extra para um 'rolezinho' de fim de semana.
No meu caminho para a escola, eu passava por pelo menos umas três outras escolas, mais próximas da minha casa. Fui estudar no Levy porque minhas irmãs já estudavam lá. E por que no Levy? Porque era a melhor escola. Porque lá estavam eles, os melhores professores. Então eu só podia dar o meu melhor, estudar e aproveitar esse convívio, esse aprendizado. Tanto que muitos dos meus colegas entraram nas melhores faculdades, muitas vezes até sem cursinho, ou concorriam a bolsas de estudo e conseguiam. Porque no Levy encontrávamos o melhor ensino.

Minha prima, que também estudou no Levy, um dia, no início dos anos 2000, viu um anúncio no Jornal da Zona Sul avisando que haveria um encontro de ex-alunos do Levy. Começamos então, eu e minhas irmãs, a frequentar sempre as reuniões. Nos primeiros tempos, era meio estranho, confesso que me sentia como uma menininha do ginásio, solta no meio do recreio do colegial. Estava num ambiente conhecido, com pessoas que partilhavam memórias comuns, com professores que eu conhecia...mas não era exatamente o meu pessoal. Mesmo assim, eu me sentia bem, me sentia integrada, mesmo sem estar com a minha turma. Foi só em 2007, quando coincidiu de encontrar um colega, levado por outro colega, que começamos então uma busca nossa particular: procurar, reencontrar a 'Nossa Turma', a turma de 76.
Essa busca foi muito gratificante, retomar o contato com os colegas da época, ver o caminho que cada um percorreu. Redescobrir, conhecer, travar contato com outros levyanos da mesma época, como, por exemplo, a Valéria Yazbek, que já foi embora. Não posso esquecer meu parceiro, meu companheiro nessa busca, o Abrão Calil Neto, que também já foi embora, que também já partiu.
Mas nós estamos aqui e é exatamente isso que o Walter falou, nós temos que fazer pelas pessoas enquanto elas estão aqui, conosco.

Então, enquanto nós estivermos aqui, vamos dar carinho, vamos dar atenção aos professores, nem que seja uma vez por ano, vamos comparecer porque é uma troca de energia muito boa.
Vou tentar, sempre que possível, colaborar, ajudar no que eu puder fazer, no pouco que eu puder fazer.

 

Muito obrigada.

 

Marli Lopes de Assunção (Levy 70/76)

24/10/2014

EEPAL ex-alunos

 

Ex-alunos da Escola Estadual Prof. Alberto Levy

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